Éden

Saímos do Éden por volta dos 3 ou 4 anos de idade, quando ainda somos selvagens, embora indefesos. É quando nossos país repetem os mesmos erros dos pais deles, nossos avós, e de nossos bisavós, ad infinitum, infiltrando-nos, à força, as regras sociais vingentes, acreditando estar nos educando, já que, assim como na música Pais e Filhos do Legião Urbana, são, tão somente, crianças como nós, afinal, o que você vai ser quando crescer?

Não o fazem por mal, fazem-no por amor e também pelo "dever patriarcal" que a sociedade lhes imputa. Censuram-nos nossas maneiras e, não raro, costumam podar a descoberta de nossos corpos, fazendo-nos acreditar que a parte inferior do nosso corpo, abaixo da cintura é, de fato, inferior. Basta-nos um olhar severo para sabermos que não devemos nos tocar. O malicioso olhar adulto não pode permitir que seus inocentes rebentos experimentem sensações extasiadas de prazer corporal.

Neste momento deixamos de ser Adão ou Eva. Somos expulsados do paraíso para cair nas garras da sociedade que não deve, não pode e não quer permitir desobediência de qualquer espécie, sob ameaça real de sermos exemplarmente castigados.

Expulsados do Éden, obrigam-nos a seguir suas regras e valores tornando-nos iguais, por assim dizer, deixando-nos apenas um ínfimo espaço, no qual poderemos desenvolver e exercitar nossa individualidade.

Astuta, a sociedade como um "Deus", torna-se onipresente, estando fora e dentro de nós mesmos; e ao mesmo tempo. Vulneráveis, resta-nos apenas seguir o rebanho da mesmice e da estupidez tornando-nos escravos do pensamento admitido e aceito, ditado por suas regras e sabe-se lá por quem ou ainda por qual Grupo!