Consumismo

Temos tendência a consumir de maneira desenfreada e desnecessária. Compras, vender, recomprar, estocar... Na Idade das Pedras, os homens da caverna estocavam por extinto, para sobreviver ao inverno, com a evolução, aderimos ao fluxo interminável também por natureza, o consumo é a maneira que encontramos para preencher o vazio que nos habita. SOBREVIVEMOS consumindo.

Desde pequenos somos preparados pelas indústrias de massa para adquirir, ciclicamente, o que não precisamos. A mídia e a propaganda são os meios de propagação que nos alienam com padrões estabelecidos para servir de espelho e nos dividir. Quando criança, queremos dez bonecos diferentes, enquanto brincamos com apenas um. Na adolescência, tempo de descoberta, temos em nosso guarda-roupa uma quantidade maior do que necessitamos, há peças que sequer usamos, mas continuamos naquela ânsia por mais. Julgamos aquele que está sempre com as mesmas roupas, temos um iPhone 6, mas queremos o 7 por meios que nem conseguimos explicar. Esse desejo já está programado, se tornou algo normal.

As duas gerações de celulares são tão diferentes assim? Qual é o motivo disso tudo? Obsolescência programada, vício, sistema social, status social, ganância, compulsividade, manipulação, alienação, os nomes mudam e somam-se com o passar dos anos. Somos vítimas? Temos culpa de estarmos tão doentes? Não. Não temos culpa de algo que não podemos controlar, de algo que é inserido em nossas cabeças desde bebês. Não temos culpa de sermos manipulados, temos culpa de continuar na manipulação.

Por que queremos um lugar no topo da pirâmide social? A palavra "mais" sempre está presente no nosso vocabulário, tentando atingi-la sempre e a todo custo, buscamos o que não temos, mesmo possuindo algo semelhante e equivalente (o caso dos iPhones é um exemplo). E só com mais e mais que conseguimos preencher o vazio dentro de nós. Quantidade camuflada de qualidade tornou-se sinônimo de felicidade. Mais carros, mais mulheres, mais roupas, mais "amigos", mais casas, mais redes-sociais, mais dinheiro, menos vida. Percebe-se que sempre queremos mais e nunca estamos satisfeitos, por que será? Quanto mais coisas tivermos, mais vazios seremos.

Minimalistas, são pessoas que escolheram viver com menos e alegam através das suas experiências que esse é o caminho, menos é sinônimo de felicidade e verdade. Mas podemos afirmar isso?! Imagine uma vida com poucas roupas, sem carro, sem grandes casas, até mesmo sem casa. Louco né?

Busco algo parecido com isso. Neste ano de decisões, o que é ridículo pois tenho apenas dezessete anos, não conheço nada da vida, sou protegido demais, tenho pensado muito sobre o que quero e o que devo fazer. Sinceramente, não quero sentar em um escritório o resto da minha vida, ganhar dez mil por mês, trabalhar o dia inteiro para chegar em casa, ligar a televisão e assistir ao jogo. Quero viajar, conhecer o mundo, estar em contato com as pessoas, com a natureza, conhecer culturas, me apaixonar, me sentir humano, ir para o Alasca, viver a extrema pobreza, errar, aprender, ser um minimalista. Enfim, quero apenas por um momento ter a sensação de liberdade, ter a certeza de que não sou mais uma marionete.

Marquês de Verona
Enviado por Marquês de Verona em 27/04/2017
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