A maldição

A maldição

Como uma flecha envenenada sob a influência de uma besta, perfura e ensandece o intransponível e armadurado coração narcísico, concretizando a irrevogável profecia do licor das bruxas.

Menina-mulher, inocente e malvada, ingênua e cruel, desvestida sobre o leito, pronta para ser sodomizada, pronta para usar e mutilar a mente.

Com o brilho da lascívia nos olhos e a flama da felicidade no coração há muitas luas extinguida, inebria os corações sôfregos com lábios carnosos, pulsantes de mendacidade, arrastando-os para o lugar torvo e sombrio que chama de mundo.

Por entre as teias pegajosas da volúpia e da mentira, escraviza sem clemência, munindo-se de fragilidade farpada e da volubilidade de um mar barulhento e indomável, que oscila conforme a lua no firmamento.

E, então, com a alma empedernida, fecha o ciclo da maldição histriônica, para abrir sua caixa de pandora em outro cosmos e mortificar um novo coração; afinal, as concupiscentes filhas de Dionísio sempre derrotam os altivos filhos de Zeus.

UM VIKING DE ÓCULOS PERFIL DOIS
Enviado por UM VIKING DE ÓCULOS PERFIL DOIS em 14/05/2017
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