Corporativo

Vestir a camisa. Dar duro. Dar o seu melhor. Empresa família. Dedicação. Fazer a diferença. Honrar essa assinatura. Superação. Se você trabalha ou já trabalhou em alguma empresa com mais de 10 funcionários sabe do que estou falando.

E hoje depois de 24 anos acordei desempregado. Desempregado com um gosto amargo na boca. Igual aquela ressaca de vinho barato, que conversa com você durante um bom tempo. Sim ela te faz sentir mal, te humilha te deixa bem baixo. E daí com esse bolo no estomago você se vê pensando, tentando lembrar onde você errou. Que merda que você fez enquanto estava bêbado. O que deixou de falar, de fazer, ou qual a cagada antes de acordar.

Mas isso passa. Vai passar. Tem que passar, por Deus tem que passar.

Mas ainda assim, tem o medo. Sei que acabou de acontecer, fresco, mas ele existe. Esse medo que chega no seu ouvido a cada 5 minutos e fala:

_Ei cara, e agora? Fim do mês tem aluguel sabia? Tem a APM da escolinha das meninas. Mano, e o convênio? Vai deixar duas crianças sem convenio? Que merda que você fez hein seu otário? Que merda de pai é você que não lambe o chão do seu trabalho, que não enfia a porra do rabo entre as pernas e faz tudo que te pedem? Que idiota é você que usa uma porra de software portátil, mesmo que foi à serviço? Mano, você tá ferrado...

É esse medo é mesmo um cuzão. Odeio ele. Odeio ele por que ele pode estar certo. Ou não.