Quanto tudo irá acabar

Quem já se fez esta angustiante pergunta: "quanto tudo irá acabar?" Somente alguém que não está feliz com a própria vida. Muito provavelmente, neste momento, várias pessoas estão se indagando quando irá acabar uma situação que lhes causa angústia, tristeza e desespero. A pessoa que diz tais palavras não consegue enxergar uma saída, olha para frente e para trás e não entende como chegou ao ponto em que se encontra e possivelmente também se fará estas indagações: " o que fiz da minha vida?"; "fiz tudo errado?". E quem está assim, quase sempre se sente num estado de solidão profunda por não ter ao seu lado alguém para falar sobre o que lhe oprime. Porém, mesmo que haja alguém que lhe ouça, a verdade é que nem o ouvinte mais compreensivo poderá aliviar sua terrível agonia, porque isso é algo que precisamos trabalhar internamente para sermos capazes de resolver.

Ao nos perguntarmos: "quando tudo irá acabar", nós o fazemos porque sentimos que a resolução dos nossos problemas se encontra além de nossas forças. Não raro, sentimo-nos desta forma porque já lutamos demais, demos o melhor de nós e não vimos resultado. Isto pode fazer com que duvidemos até da nossa capacidade em conduzir nossas vidas. E é natural sentirmos que, se nos esforçamos e não conseguimos, é porque talvez não sejamos tão capazes e competentes quanto acreditávamos.

Quem está se perguntando quando tudo o que passa irá acabar sente que a sua vida está bem longe de ser o que sonhou ou mesmo que não vive a vida. Haverá saída para tanto desespero? É preciso lembrar que nada é perene e tudo há de se acabar, embora alguém neste estado emocional se sinta aprisionado em um ciclo interminável de situações repetitivas e angustiantes, sendo inevitável que ache que isso nunca irá acabar. Parece estranho se sentir desse jeito, porém precisamos entender que a psique humana é muito vulnerável e uma pessoa que não consegue resolver um problema que a impede de viver plenamente acaba com sua estrutura emocional desgastada. Nós somos seres humanos, temos limites e estamos todos sujeitos ao esgotamento físico e emocional, que pode nos levar a achar que carregamos um peso insuportável ou iremos desabar devido a tanta pressão.

Então, só nos resta mesmo trabalhar internamente nossa angústia, pelo bem da nossa sanidade mental, admitindo que nenhuma pessoa tem uma vida sem problemas. Não nos achemos fracos. Admitir nossos limites é reconhecer que temos necessidades emocionais que requerem atendimento e não podem ser negligenciadas. Como trabalhar interiormente? Podemos recorrer à espiritualidade, terapias ou buscar caminhos diversos dos que temos seguido até agora, exercitando nossa capacidade de nos reinventar, a criatividade para descobrir nossa força interior e a serenidade, porque apenas quando conseguimos nos acalmar, somos capazes de vislumbrar uma solução. Ela existe e não devemos esquecer que vai haver um fim para o que nos aflige, de uma ou outra forma.