Por que?
Para que alegrias há a mulher?
Para que haveria eu de ser mulher?
Para que eu haveria de existir?
Por que não mais se vê homens de chapéu pelas ruas?
Por que o mundo não fala mais direito?
Por que nunca morrem as coisas boas?
Mas por que então não morre a guerra?
Para que a guerra?
Para que nascer num mundo como esse?
Para que o homem?
Para que o sorriso mãe, senão para alimentar de orgulho os filhos?
Para que a minha voz?
Para que falar se posso escrever tudo e mais um pouco sendo este, aquilo que não diria?
Para que os dentes?
Para que comer? Para que dormir? Para que amar?
Para que serve o amor se o tempo todo é vão?
Para que a felicidade?
Para que ser feliz se a vida passa rápido?
A vida é então inútil?
Para que a chuva?
Para que se abrigar da chuva se o que é bom cai do céu?
Para que o céu?
Por que o céu compete com o oceano?
Por que nós competimos?
Por que não nos damos as mãos?
Por que o amor não é para todos e de todos?
Por que não se pode amar todos de uma só vez?
Por que não amar a vida inteira?
Carolina Oliveira.