Não é o fim do mundo

Por mais que tentemos não errar, haverá momentos, e serão muitos, em que não conseguiremos evitar cometer erros. Podemos errar por muitos motivos, seja por ignorância, preconceito, inexperiência, imprudência, pressa ou outros motivos que possam estar envolvidos nas circunstâncias em que erramos. Errar é natural, faz parte do nosso aprendizado, pois não nascemos completos, como bem sabemos, e precisamos tropeçar muito até saber como fazer algo da maneira correta ou descobrir a verdade sobre algo. Errar não é o fim do mundo nem significa que somos idiotas ou incapazes, apenas que precisamos aprender e evoluir continuamente, pois o nosso entendimento, nossas habilidades e conhecimentos são limitados.

Porém, muitas pessoas se atormentam quando erram como se isso fosse uma prova cabal de sua incompetência ou como se tivessem a obrigação de sempre acertar. E isso se acentuou muito nos nosso tempos modernos, em que as pessoas andam se tornando "multitarefa", assumindo diversos trabalhos ao mesmo tempo, tendo que mostrar eficiência em um curto espaço de tempo. E viver com medo de errar é prejudicial, podendo mesmo afetar nossa produtividade e qualidade de vida.

Em alguns casos, as pessoas temem errar porque se encontram sob muita pressão. Tal situação é comum, especialmente no ambiente de trabalho, escolar e até em nossa casa. Há pessoas que vivem a apontar nossos erros, sejam reais ou imaginários, pressionando-nos e não perdoando qualquer falha, nem mesmo a mais ínfima. Podem ser os pais, cônjuges, chefes de trabalho, professores, técnicos de esporte. Basta o nosso desempenho não satisfazê-los que eles começam a falar, usando nosso erro para provar que não fazemos nada direito, somos inúteis, burros e incapazes. E eles não se dão conta (ou talvez se deem) que sua conduta é um terrível erro que cometem. Um erro que prova sua natureza intolerante, arrogante e mesquinha. Entretanto, eles não admitirão que estão errados e usarão a justificativa comum de que agem assim porque é necessário, é preciso fazer as coisas com perfeição e tudo o mais. Todavia, ninguém pode fazer nada(por mais que tente) de maneira perfeita. Um pianista experiente, que treinou anos a fio para alcançar sua maestria ainda assim pode errar uma nota. Esse erro diminuirá sua qualidade como músico? Façamos esta pergunta básica.

Não admitir que alguém erre é o mesmo que negar a nossa natureza humana. Então, perguntemo-nos: "Quem queremos ser? Deus?" Impossível, não somos oniscientes e onipotentes, não é verdade?