REVIRAVOLTA
REVIRAVOLTA
Doralice Maria
Está o estômago
Revirado,
Embrulhado.
Que nojo!
Que entojo!
Enjoei...
E nem quero saber
Se a mula é manca.
Um dia me disseram
Que agosto era o mês do desgosto
E eu não quis acreditar...
Há muita coisa boa que acontece
Neste mês.
Há festa neste mês,
Mas hoje enjoei...
Dia dois, véspera do dia três
Não entoei o meu canto.
O estômago embrulhou...
Que nojo!
Que nojo!
Eu nem quis ver,
Pouco ouvi.
Há coisas que não descem.
Elas ficam entaladas na garganta
Grudadas como chicletes.
Estragam um monte de coisas...
Que nojo!
Que nojo!
Embrulham o estômago
E o esgoto é que leva a culpa.
Leva as fezes que poderiam ser analisadas.
Leva o meu vômito,
Leva o meu samba...
Leva a caçamba,
Leva o vômito,
O voto
E o mito
De que o povo
Não sabe votar.
Quem viver verá
O troco.
Representantes
Que nada representam
No “ex- gosto”
Do povo.
Podem aguardar!
Sem alvoroço...
Na hora da virada,
Vamos dar o troco.