Guerreiros Não Choram

Ei, semelhantes!

Estou aqui. Não estranheis minhas vestes. Minha passagem será breve, pois estou indo para a guerra deflagrada, e se não mais voltar, lembrai-vos que tenho em mãos uma espada afiada, e que o silêncio é maior que ela.

Não à desfaçatez de indagarem sobre flores brancas, e de que lado estou.

Lembrai-vos: não devereis formular perguntas sobre o Império, ou por quem possivelmente morrerei, pois não procede e tampouco é relevante diante da própria morte. Ora, não sabeis de meus caminhos?

Caminhei por uma estrada de paz, mas a prepotência de alguns imperadores me roubaram os mandamentos jurados com fervor; meus olhos estão vermelhos como brasas, não por um derrame de lágrimas, e sim pelos cegos e pelo genocídio do porvir.

E vejo:

Reflexos de fogo no lago

Labaredas de ódio

Estrelas caindo

Cheiro de dor

Cortes profundos

Os gritos dos surdos

O surto dos cegos

Vidas perdidas

Eus homicidas

Corina Sátiro
Enviado por Corina Sátiro em 15/08/2017
Reeditado em 30/08/2019
Código do texto: T6084451
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