O sentido da vida, seu vazio maciço

Uma pessoa só existe se ela existir para alguém. Um dia, daqui alguns anos, todos vamos ser esquecidos. A única coisa que talvez continue é o nome, mesmo assim, sem garantia. As fotos desaparecem, as memórias também. Não há sentido na vida. Há tentativas de justificar a existência, por meio de crenças, religiões, pensamentos e acabamos por escolher a ilusão que mais se adequa às nossas exigências de sentido, aquela que melhor preenche o vazio da existência. Vivemos em busca de uma vida com sentido, em busca de sermos alguém para um outro vivo no tempo presente, em busca de uma (falsa) sensação de estarmos completo, isto é, de estarmos cheios de outros significantes. A realidade é que vamos ser esquecidos e buscamos formas de não sermos apagados tão bruscamente. O vazio de antes que preenchia o nosso corpo, vira um vazio maciço. Um vazio maciço que nos restringe e faz com que fiquemos alienados. O peso da realidade de existência do não-sentido faz presença e peso, dando-nos a ilusão de completude, plenitude e segurança. A sociedade precisa de um sentido para as coisas, é característica do ser humano buscar sentido e completar o incompleto; portanto, justificativas para a vida humana sempre irão surgir. Elas organizam e funcionam como controle sobre as ações e atitudes dos indivíduos. Sem sentido para a vida, as pessoas iriam experimentar o sentido de liberdade absoluta, poderiam fazer o que quisessem, na hora que desejassem e o convívio social seria impossível. Hoje, ao meu ver, os indivíduos estão se voltando cada vez mais para a realização de suas próprias vontades, sem considerar os outros, sempre em uma busca implacável pelo ideal de felicidade, plenitude, infinitude e completude. Estamos vivendo sempre no caminho da busca inalcançável de preencher o vazio da existência humana.

DizzyG
Enviado por DizzyG em 25/08/2017
Reeditado em 25/08/2017
Código do texto: T6094355
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