Irmã

Fico esperando chegar. E me dói, me estremece. É como fugisse de mim o que não tenho. Desaparece o estranho.

E o mundo suga, abduz o que admiro. Traga, fuma, bafora aquilo que amo.

E a porta não bate, a campainha não apita. Nunca chega. Não faz questão de estar.

Pena a minha pena. A minha expectativa de chegar.

--- Tá inteira? Respira? Chegou de onde. O mundo não é legal.

E a expectativa me corroí, me dói, me sai...

E a noite trança, sai e entra. Mas tá tudo tão preocupante. Não chega quem amo. Não dá um toque.

A porta bate, o medo sai. Entra minha irmã.

--- Tá bem?

--- Sim!

A noite acaba. Abraço quem amo.

Rodrigo Sanchez
Enviado por Rodrigo Sanchez em 24/09/2017
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