Irmã
Fico esperando chegar. E me dói, me estremece. É como fugisse de mim o que não tenho. Desaparece o estranho.
E o mundo suga, abduz o que admiro. Traga, fuma, bafora aquilo que amo.
E a porta não bate, a campainha não apita. Nunca chega. Não faz questão de estar.
Pena a minha pena. A minha expectativa de chegar.
--- Tá inteira? Respira? Chegou de onde. O mundo não é legal.
E a expectativa me corroí, me dói, me sai...
E a noite trança, sai e entra. Mas tá tudo tão preocupante. Não chega quem amo. Não dá um toque.
A porta bate, o medo sai. Entra minha irmã.
--- Tá bem?
--- Sim!
A noite acaba. Abraço quem amo.