Dialética porção
Não vos nego o alimento
Nem a sorte desmedida
Do clarão sombrio
Sustento-me na vida
Com a messe recebida
O meu cotidiano é farto
O seio é imensidão
Volumoso que até constrange
No contraste da razão
Fico entre a palavra e o palavrão
Cáustica flor de pinge
Não há que te suporte
Gíria que manca a fala
A língua ainda é forte
Porém mais forte é a palavra
Como é doce esta palavra
Inflamada de intenção
Antes que a boca a molde
Já adoçou meu coração
Dialética porção.