Dialética porção

Não vos nego o alimento

Nem a sorte desmedida

Do clarão sombrio

Sustento-me na vida

Com a messe recebida

O meu cotidiano é farto

O seio é imensidão

Volumoso que até constrange

No contraste da razão

Fico entre a palavra e o palavrão

Cáustica flor de pinge

Não há que te suporte

Gíria que manca a fala

A língua ainda é forte

Porém mais forte é a palavra

Como é doce esta palavra

Inflamada de intenção

Antes que a boca a molde

Já adoçou meu coração

Dialética porção.

Ademar Siqueira
Enviado por Ademar Siqueira em 09/10/2017
Código do texto: T6137875
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