Garota perdida

Vivendo perdida, como se tivesse sido imolada por um ímpio qualquer. Uma estranha solidão que se aloja no profundo da alma, solidão fatídica, que tenta trazer tristeza cantando nênias e derramando melancolia por onde passa.

As lágrimas derramadas em minha pálida tez, parecem gotas de sangue que jorram incessantes de uma ferida incurável.

Lembranças invadem meu subconsciente, deixando-me ainda mais melancólica e mortificada, cada vez mais aproximada de um buraco fundo, onde se cai e raramente retorna. Mas, agora resolvi me libertar desse coma profundo em que me encontro, apostando na esperança de aguardar a volta.

Larguei minhas vestes negras e lavei meu rosto, deixando libertar-se dele toda a maquiagem escura e bizarra. Levantei meu rosto, e vi que a tintura escondia toda a sanidade que nele havia. Tirei os longos e pesados cabelos que caíam na fronte de minha face pálida e agora límpida, e finalmente sorri. Coisa que não fazia há muito tempo. Sorri, com a esperança de um retorno, onde esperarei para o resto da minha vida.

Linacarolina
Enviado por Linacarolina em 19/08/2007
Reeditado em 20/08/2007
Código do texto: T614262