Na escuridão
Na escuridão...
No silêncio da madrugada fria a insônia me assalta, rouba de mim o sossego e o aconchego da penumbra diária.
Por entre os lençóis os planos de outrora, os projetos de agora e a ilusão dos sonhos que ainda virão ao adormecer...
Se prestar bem atenção a aurora já sem demora há de chegar, com ela a inquietude dos passarinhos que cantam, do coração saudoso e dos cães que ladram ao zelar os donos.
Inquietude é o que define o estado que se encontram os que mesmo na escuridão da noite teimam em fluir seus pensares...
Se o poeta é feito de sentimentos creio eu que seja também feito de insônias. Se não qual hora mais apropriada para fingir dor que a madrugada a dentro?
Por hora me perco na escuridão da noite... no desencontro de minhas palavras soltas... pensamentos secretados e concretados, para que ninguém os ouse desencavar...
E assim com uma voz ditando os meus pensares e os dedos teimando em digitarem torno em escrita o que a insônia me ressalta.
Que a penumbra como se fosse uma vampira, vislumbra explendorosa o quanto pode me sugar...
Eu um dia hei de me encaixar viver os dias e a noite só descansar...
É o sonho de quem vive a insônia à despertar...