Questionamentos de um coração solitário

Por onde andei será que deixei pegadas, impressões, será que marquei de alguma forma?

Por onde estive será que ficou o meu perfume, o meu riso na memoria?

Por onde repousei minha cabeça ficaram boas lembranças, o calor do meu corpo e o pulsar do meu coração?

Por onde me fiz presente será que estavam ali prestando atenção que eu era inteira, autentica, sem máscaras e sem pudores? Disposta a me aventurar e mergulhar no desconhecido?

Por onde visitei como brisa serena será que sentirão minha falta, ou sentem?

Por este recinto que visitei não tem nada que faça repensar o quanto é bom dividir e somar?

Será que por onde cochilei e até ressonei, não ficaram as marcas nos lençóis amarrotados, depois das noites quentes e dos arrepios pelo corpo todo?

Por onde fui vendaval e varri o sossego rompendo o silêncio e tentando dizer a que vinha, não me procuram? Não tentam puxar da lembrança a maluca a olhar com encanto enquanto tentava desvendar o outro?

Por onde chorei será que minhas lágrimas serão esquecidas como foram secas? Como quando fora consolada?

Por entre o abraço será que ainda encontro o "meu espaço"?

Por onde andava até pouco tempo será que minha indelicadeza foi tamanha e a estranheza tão exagerada que me tornei indiferente?

Por onde andei será que poderiam devolver-me os pedaços que eu deixei... pra eu juntar meus cacos, remendar e seguir meus passos e parar de sangrar?

Por onde andarei daqui em diante será que minha presença será tão amena que nem se quer seja notada, mas minha falta sentida como uma fragrância que no ar se espalha e alma clama?

Por onde andei fui pra criar laços raízes e deixar meus traços... mas ficaram apenas rastros e espero que o temporal não tenha lavado... e levado pra sempre o meu recomeçar.

Geovana Farias
Enviado por Geovana Farias em 21/10/2017
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