Dentro da caixa
Na caixa morava um homem
Ser sábio, provedor de toda fome
O espaço era pequeno,
Nem precisava codinome.
Assim vivia o homem
Sem apego, sem luz do dia
Afinal, uma caixa é pequena demais
Nela um só era rei
Sem contestação, muito menos usurpação
Era um diário bipolar
De dores e angústias de alto patamar
Era belo e trágico
Um reinado entre míseras paredes
Formadas de papel e cola de bastonete.
Mas pensando bem,
Melhor morar numa caixa,
Viver uma suave indolência,
Que perder a paciência
E viver uma ilusão regada com cachaça.