Crescer.

Eu olhei para a árvore tão, mas tão grande, com seus troncos grossos e tão altos, com galhos que se entrelassavam e roubavam os espaços das árvores ao redor, que pareciam sufocadas com sua enorme presença, tal presença que arrancava um suspiro de qualquer um, com suas muitas folhas verdes junto as suas flores amareladas, e que, olha-lá era um sacrifício aos olhos, de tão alta e linda. Como se ela estivesse intimidando o mundo, como se fosse tão segura de sua grandeza, que não tem medo de nada. E eu pensei "como quero ser como você, mas não consigo.."

Só que, depois de observar muito, eu percebi um detalhe: a raíz da árvore estava tão fortificada no chão que era visível no chão, de tão grande.

Comecei a me lembrar da aula de botânica, quando a professora comentou sobre os anos que uma árvore demora para crescer e atingir sua altura máxima.

E me senti imatura.

Me senti porque eu queria ser grande, sem ter que passar pelo processo real de crescimento. Porque eu queria ser forte sem ter uma raíz que seja fortificada. Eu até estava plantando a semente, mas não queria esperar germimar, brotar, crescer e florescer..

Simplesmente me esqueci que esse processo também é o meu.

E que não há outro. Não, não tem como eu pular esse processo natural da vida. Como fui tola por não achar que assim como as árvores, eu preciso deixar que minhas folhas caiam, para depois crescerem de novo. Preciso de tempo para desenvolver os troncos fortes. Vários céus claros e escuros, várias chuvas, vários dias para que se possa crescer. Isso demanda tempo.. E é preciso apreciar os dias e aproveita-los enquanto isso, porque a árvore ainda é árvore quando está sem folhas, ou quando nem do chão brotou.

Estou envergonhada por olha-lá com olhos imediatistas, como se ela já tivesse nascido gigante, sem ter vindo de uma pequena semente enfiada na terra. Hoje ela parece até enconstar o céu, mas anos atrás nem era visível aos olhos, pois estava submersa no solo. E nada disso foi permanente.

"Preciso ser mais como você..."

Eu pensei, enquanto olhava daqui de baixo, pra mesma árvore lá em cima.

- Thaís Cordeiro.