Vigia da solitude
Além da distância física que existe
Me faço distante mentalmente
Ainda que por vezes eu deslize
Continuo a agir "naturalmente"
Escorrego em falso por instantes
Perante um caminho solitário
Que se mostra a extrema constante
Vou transformando-me em um solene vigário
Sozinho estou, e vou aprendendo a estar
Sem dar importância ao fato de não ter com quem contar
Fico na penumbra do passado e suspendo o presente
Espreito sua vida tentando negar o que se passa em minha mente
Fico feliz por você ter com quem contar
Mas não posso mentir ou omitir a incerteza que vejo em seu olhar
A angústia que toma conta do meu ser ao ver você acompanhada
Sabendo que o buraco que reside em meu peito é nada mais nada menos que a sua morada
E nada nem ninguém pode acalentar
O desejo que possuo de deixar de te amar
Queria ter forças para domar minha vontade
Mas a luz que reside em mim não permitiria tal maldade
Não sou capaz de esquecer o que realmente é o amor
A intensidade do que vivemos vai muito além da dor
Pois ha muito tempo que eu só consigo enxergar
Tudo aquilo que acertamos, em vez de focar no ato de errar.