Um amor de carnaval.
Sim, eu estava com mania de ser ousada.
Eu pedi seu número de telefone àquele amigo,
na madrugada. Eu sei, fisicamente, me desviei de ti.
Pensei: "O que estou fazendo aqui?"
Mas alguns olhares foram entrelaçados;
uma gentileza me foi dada, de alguma forma,
em poucos minutos, eu já estava a ti conectada.
Ah! É quantas palavras foram trocadas?
Incontáveis;
cheias de verdades,
bobas,
amigas,
de consolo,
engraçadas,
íntimas,
despreocupadas.
Até que tantas palavras transformaram-se em toques,
risos e conversa fiada;
embebidas de emoção, totalmente de costas pra razão.
Um pro outro, sempre fomos conexão; sem necessidade de explicações.
Você é bom demais pra ser verdade, diferente de todos os outros.
De cara, me ofereceu seu coração.
Eu não acreditei, calejada, eu fugi. Me escondi.
Mesmo encantada, deixei você seguir.
E assim você o fez, mesmo olhando pra trás muito mais que uma vez.
Um passado voltou e encontrou a porta aberta. Se instalou.
Te aconselhei escolher a segurança desse romance;
e a esquecer esse laço frágil;
cheio de dúvidas se deveria ou não,
dar um nó bem apertado.
Desfiz o laço, mas a fita, você não jogou fora.
Por muito tempo continuamos segurando um em cada ponta.
Nunca refletimos sobre aquela necessidade de um ao outro abraçar,
nem o quanto queríamos, todos os dias, nos escutar.
Eu preocupada daqui, você de lá.
Sempre foi turbilhão e quanto mais enroscado em seu romance,
mais e mais me pedia uma chance.
Puxei a fita do laço com força. Não queremos que ninguém sofra.
Eu te lembrava toda hora, que o certo era ser inteiro dessa moça.
O nosso jeito louco de querer, nunca dará lugar pro esquecer.
Nos amamos por meses, dias, uma fração de segundo?
Não importa, foi profundo.
E que me desculpem os rasos, que veem tudo igual,
que não acreditam num amor de carnaval.