Faca no Crânio

Enquanto o tempo muda lentamente

Meu corpo se desintegra

Enquanto minha mente se desfaz em cinzas

Minha alma morre novamente

Eu não entendo o que eles querem

Desapareço no beco da morte. Trêmula.

É tão vazio. Esculpido no calor do fel.

Eu não entendo por que me ferem.

A atitude tão podre das mentes pobres.

Uma violência tão sutil. Que ironia!

Órfãos que definham em busca dos pais

Pais que morrem no próximo trem

Eu não entendo por que eles ferem

Fincam a faca no coração da sociedade

Sorriem ao passo do primeiro cadáver

Comemoram tomando vinho quando querem

Enquanto o mundo agir erroneamente

Meu corpo se desintegra

Enquanto meu cadáver se desfaz em cinzas

Minha esperança morre novamente

Annie Bitencourt
Enviado por Annie Bitencourt em 03/11/2017
Código do texto: T6160839
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