Eu da poesia.
Sim, eu escolhi as palavras escritas,
pra libertar o muito de dentro de mim;
E não me importo se não me faço entender,
eu sempre vou ter mais a dizer;
escrever é me olhar no espelho.
Escrevo pra me despir,
no meu universo sem julgamentos;
pra me olhar fora de mim;
pra me ver numa folha de papel;
através de traços precisos,
tortos,
belos,
cansados,
embaralhados,
indecifráveis.
Escrevo quando tudo já está saindo pelos poros;
quando minha cabeça gira;
escrevo quando tá sangrando,
também quando já secou;
quando não estou enxergando direito,
quando estou vendo mais do que devia.
Escrevo quando preciso ser salva;
quando preciso me perder.
Eu apenas escrevo,
simplesmente escrevo.
Eu acredito que sou feita de poesia;
não pra ser entendida,
apenas sentida.