FERINDO-ME: PARA MOBY DICK
Quem não tem uma Moby Dick que me atire às pedras.
Baleia assassina que tenho que perdoar.
Todos os dias, todos os dias, todos os dias, perdoar...
Às vezes também sou Moby Dick, com um arpão a me ferir.
Nessa pesca sem fim, sou bicho mal, sou pescador incompreendido.
Sou bicho incompreendido e pescador ruim, depende do papel que me cabe.
A cada momento tento te perdoar Moby Dick
Não jogue em mim meu arpão.
Tente não afundar meu barco
Tente não me cobrar esperança
Tente não me engolir.
Vejo você em mim e tanto de mim em você também.
Vejo em mim pescador cruel que acertou teu arpão
Vejo você em sua natureza a me ensinar
Que ninguém fez tanto mal a mim
Quanto eu mesma nesta triste pescaria.