FERINDO-ME: PARA MOBY DICK

Quem não tem uma Moby Dick que me atire às pedras.

Baleia assassina que tenho que perdoar.

Todos os dias, todos os dias, todos os dias, perdoar...

Às vezes também sou Moby Dick, com um arpão a me ferir.

Nessa pesca sem fim, sou bicho mal, sou pescador incompreendido.

Sou bicho incompreendido e pescador ruim, depende do papel que me cabe.

A cada momento tento te perdoar Moby Dick

Não jogue em mim meu arpão.

Tente não afundar meu barco

Tente não me cobrar esperança

Tente não me engolir.

Vejo você em mim e tanto de mim em você também.

Vejo em mim pescador cruel que acertou teu arpão

Vejo você em sua natureza a me ensinar

Que ninguém fez tanto mal a mim

Quanto eu mesma nesta triste pescaria.

DeodatoVC
Enviado por DeodatoVC em 01/12/2017
Reeditado em 24/12/2017
Código do texto: T6186820
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