A vida: isso é real!

A vida: isso é real!

Viver é se atirar de um prédio com cem metros de altura ciente da gravidade da queda. A vida é aquela olhada desanimada no espelho de manhã cedinho, mas no instigo de escovar os dentes e ir lá fora viver. É comer pé-de-moleque, na certeza do sabor adocicado no final, mesmo sabendo que corre o risco de quebrar o dente ou a pecinha do aparelho. É provar novos sabores, mesmo na certeza de que não irá gostar. É se arriscar na resposta da pergunta que vale um milhão. É andar de slackline, uma hora indo pro lado, outra no chão, e agora, equilibrado. Viver é se afogar num copo d'Água, na mesma água que se bebe de dois a três litros por dia. É ler uma frase de um livro, mas por conta de pensamentos desconexos, reler pra entender. Viver é como tomar um pote de sorvete de ninho trufado por dia e ainda não se sentir satisfeito. Mas, viver é também ouvir o barulho do mar. Viver é assistir ao pôr do sol. É apontar pro céu pela noite e tentar ver constelações, é contar as estrelas, mesmo que por superstições, nasça verruga. É encostar as costelas na cama depois de um dia cansativo, na espera do "treack" do estalo dos ossos. Viver é uma carta respondida, um telefonema atendido, outros recusados, ou caixa de mensagem. Viver são os "é's", "se's", "foi's". A vida é uma aventura inenarrável. E é real. Nem sempre é a flor mais perfumada do jardim, mas sempre trilhando caminhos pra ser, ao menos, um tanto cheirosa.