Nem mesmo um sol
Estou tão calado, ultimamente tenho esse cariz
assim tão vago, distante como recordações.
Me pego por horas, olhando o nada e me impressiono, o quanto cabe memórias numa alma, ao mesmo tempo que morre a carne a cada segundo. De fato, pensar nela me matou, me mata, me matará, e as pilhas do relógio duram uma vida toda.
O café desceu amargo e enferrujado, ou sera que sou eu?
que perdi o gosto na língua, nos anos e anos de cigarros fumados, e agora é áspera como pedra, num brilho amarelo não mais jovial.
Anos e anos e anos... e ainda estou aqui, torcendo versos que tentei secar mas oceano transborda , e nem mesmo um sol pode saca-lo.