LUTO OU LUTA?

Meu coração está aos pedaços,

Esmagado,

Ferido, machucado...

Tento lutar contra essa dor dia após dia

Mas ela de repente se tornou muito mais forte do que eu.

Olho no espelho e a imagem que vejo refletir, está longe de ser EU

Ou de quem já fui...

Quero correr, quero fugir,

Quero gritar, chorar...

Mas...

Não consigo.

Eu simplesmente não posso...

Não posso sucumbir

NÃO! Eu não posso sequer pensar nessa dor que tem destruído meu coração.

Na tentativa de esquecê-la vou me afogando nos copos de Whisky, de vodca ou de cerveja, de qualquer bebida que anestesie aquilo que tenho sentido.

O álcool de fato amortece, anestesia, seu efeito é igual morfina.

Mas é por pouco tempo este resultado.

Logo um trem descarrilhado me atropela novamente.

Mata não a dor

Mas a minha alegria de viver,

Rouba os sorrisos

O olhar brilhante

Os sonhos, os planos...

BASTA!

Estou tão cansada, exausta.

Vozes, ouço vozes surrarem, ecoarem em minha mente

“Corra, fuja,

Vá embora! Antes que seja tarde demais, antes que você se estilhace e vire pó”.

Oh céus! Sei que estou beira da loucura, a um passo apenas

Essa linha tênue entre estar sã e corrompida pela insanidade é tão frágil. Tão sedutora...

Como é fácil enlouquecer na dor.

Como é simples me deixar levar pela correnteza e não sentir mais nada...

Ficar vazia, sem sentimentos...

Porque senti-los, porque tê-los não te livra e nem te salva do sofrimento, da agonia, da dor...

Então é melhor não sentir nada

É melhor deixar o coração se transformar em pedra, em ferro.

Mas como fazer isso? Se até mesmo as rochas mais fortes, mais sólidas também se quebram,

Se até o ferro mais resistente sucumbe ao calor e ao frio intensos.

Estou trancada, em um calabouço profundo, sem saída

E ninguém além de mim mesma poderá me salvar...

Então eu fico ali encolhida, deixando que todos os sentimentos que me atropelam, me atravessam e me invadem eu possa senti-los em toda sua intensidade...

E dói, está doendo muito este abismo negro em que me encontro

E não faço ideia de quando essa agonia irá finalmente dar espaço para outro sentir...

Fê Oliveira
Enviado por Fê Oliveira em 06/01/2018
Reeditado em 09/01/2018
Código do texto: T6218251
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