Dia-a-dia.

Os últimos meses não têm sido de calmaria, uma sensação ruim ainda paira sobre mim, sinto que algo além da gravidade estava me puxando para baixo. Apesar disso, ainda consigo ver esperanças, eu sei que cada dia tem sido imprevisível, eu sei que minhas oscilações de concepção sobre a vida têm sido intensas, no entanto, eu decidi lutar.

Estou buscando dentro de mim cada boa lembrança, cada sonho infantil que cultivei há uns bons anos. O tempo está voando, durante um longo período deixei que o acaso conduzisse cada dia. E enfim me cansei, não ter controle sobre si mesmo é não ter controle de nada.

Olhar pra vida com otimismo é um trabalho árduo, minha mente me guia sempre para a parte mais sombria. Eu ainda acredito que em algum lugar dentro de mim ainda possui luz, nem tudo pode ser escuridão e gelo.

Num caderno pequeno e velho, há algum tempo, eu escrevi:

Num tom pálido

Com os sons dos carros

A brisa do vento balançando meus cabelos

A rua escura, rostos desconhecidos

Mais um dia em busca da saciedade do vicio

Meu coração batia rápido

De volta pra casa

Na chuva,

não era capaz de sentir as lágrimas caírem

Misturavam-se com a chuva

Eu sentia um profundo vazio

O medo tomava conta de mim

Em casa,

tomei comprimidos

Então a noite tornou-se dia

Na manhã,

acordei.

Mais um dia

Meu corpo estremecia ao lembrar do passado ainda muito recente, as mudanças ainda muito novas me deixam com medo, medo de não terminar meu caminho de volta, agora meu corpo está leve, no entanto, não sei posso voltar a afundar, as ruas escuras agora não fazem mais parte do meu caminho, mas algo dentro de mim ainda diz que estou longe de onde quero chegar.

Mais um dia.

Vena Funesta
Enviado por Vena Funesta em 08/01/2018
Reeditado em 11/01/2018
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