A LEI EGÍPCIA DE AMRA

Registrada em vários arquivos místicos e conhecida como Lei de Amra, foi uma doutrina sagrada entre os antigos egípcios e, mais tarde, entre os povos judeus. É uma lei mística, de natureza e efeitos morais, éticos e psíquicos. Em síntese: "se orarmos ou pedirmos a Deus alguma ajuda ou benção por causa de algum problema ou dificuldade especial, que julgamos fora do nosso controle ou possibilidades, contraimos o dever não só do agradecimento a Deus, mas também de estender a outros, desinteressadamente, uma pequena parcela do benefício solicitado (não necessariamente recebido), sempre que possível".

Se pedimos ou desejamos amparo e conforto moral, social, físico, mental, afetivo, emocional ou espiritual, o mesmo devemos proporcionar aos outros Seres em geral, não só humanos. De outro modo, não poderíamos pleitear no futuro, com justiça, quaisquer outras bênçãos ao Deus da nossa fé. Sempre que atendidos em nosso pleito, devemos oferecer uma parte pelo critério da nossa Consciência como ajuda em doação de bens materiais ou financeiros, dedicação em prestação de serviços ou financiar a quem os execute.

Ao longo de milênios, esta lei foi deturpada em proveito puramente material e egoístico de muitos, até assumir o conceito de dízimo compulsório. Assim como não faz sentido que Deus possa ser constrangido a conceder-nos quaisquer benefícios, também assim não devemos sentir--nos, senão perante a nossa própria Consciência.

Coletivamente, a Lei de Amra é habitualmente exercida através de diferentes formas beneficentes ou filantrópicas, em caráter ocasional ou perene, sendo comum, em conformidade com a tradição mística, um fundo financeiro anonimamente constituído e administrado exclusivamente para fins de caridade. Isto acontece em geral por parte de entidades de natureza místico/espiritualistas, frequentemente confundidas e tomadas por "religiões" ou seitas, em sentido meramente eclesiástico ou organizacionais.

Entre a antiga e verdadeira Lei de Amra e o atual dízimo, a distância não é só temporal, mas, sobretudo, de um abissal e inconciliável desvio conceitual.