Autoculpa infindável.

"Porque toda vez que me vejo em apuros percebo o quanto sou falho, e toda vez que me pego errante, compreendo o quanto sou vil.

Porque sempre que posso infrinjo mais uma vez a regra da vida e, assim, torno-me cada dia mais sem merecimento ou misericórdia.

Eis o meu terrível estado de humanidade e desfaçatez desmedida que até para descrever me causa angústias.

Porque não consigo sempre acertar? Parece que serei um eterno errante. Não poderia sentir a sensação de está em paz comigo mesmo por um tempo maior? Lamentável esta condição. Desejaria não ser tão limitado e pequeno. Quiçá fosse grande e me comportasse como tal. Livre e, de fato, liberto de mim mesmo, sem precisar se justificar.

Porque nego sempre que posso, mas em se tratando da minha condição não posso fazê-lo, pelo contrário, sou refém dos meus delitos e momentos.

Até quando serei fiel a mim a ponto de não senti tamanha dor dias depois?

Sem se arrepender de ser apenas: eu?"