Ao tempo de uma vida
Há verdadeiros mistérios na vida que passam a interagir com nossos dias que quase saem de nossos mentes e voam, e por mas distantes que possa estar uma lembrança de um sorriso. Um ato de lucidez diante de uma montanha de devaneios e utopia shakespeariana, e assim os dias passam, diante de horizonte insipido e inodoro, sem ranhuras sem abotoaduras, livre demais para permanecerem inertes a mais um rótulo de saudade.
A quem de verdade pertence um adeus... A que de fato fica com a saudade...
Sou livre, (...) E a perpetua e imutável estrela do amanha rasga os infinitos horizontes projetando sobre mim algo que nem mesmo ela tem conhecimento, e como um cruz, carrego as mais distantes memorias.
Leva-me, o estigma do tempo, acaricia meu rosto e o despreze de uma vez por todas... Apenas deixe-me seguir.
A própria linha do firmamento já ficou para trás, e o que me resta é nada tão menos quanto a distância de uma vida.
Então permaneço e embarco em mais um dia, são só mais algumas horas.
Flores em um campo de terras arrasadas, sementes mortas e enterradas apenas para descansarem.