PORÇÃO MÍNIMA

Na fluidez dos dias escoa-se a vida,

Sabiás deixam de cantar, ou tal vez não,

Quiçá apenas mudam o rumo ou de lugar.

Tal qual as rosas que se caem,

Indo às raízes se juntar;

Igual, os rios que se fundem ao mar.

Corrente que traz ao pensamento

Espanto ao tempo que faz admirar

A mudança que se opera em tudo quanto há

A árvore que deixa de ser verde, desdobrada

Em tosco banquinho aos meninos vai alegrar

O mais alto alcançado, sonhos a embalar.

Liquidez que assombra e que faz lembrar

Do que ficara velho, da perda de valia,

Das sobras, sogras, e do porvir...

E enquanto eu não caduco,

Nos trocadilhos das horas a mim me toca colocar

A pilha do relógio que não é raro e não possui cuco.

Quanto ao tempo, este, que se tenta definir e contar

Não é senão um cristal bonito que se quebra quando cai

E quem sabe não seja somente – a porção mínima da vida.

Adornada em palavras - tal Aventura,

Na plenitude da madrugada morna,

Sob a lembrança do galo a cantar...

Onde os pensamentos se tenta eternizar.

Cláudia Célia Lima do Nascimento
Enviado por Cláudia Célia Lima do Nascimento em 18/02/2018
Reeditado em 18/02/2018
Código do texto: T6256968
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