28 de dezembro

hoje é 28 de dezembro de 2017.

não sei o que pensar, e não sei o que dizer. descobri muitas coisas (boas e ruins) esse ano. descobri o pior e o melhor das coisas, da vida. e acompanhei o tempo inteiro um sentimento de quase saudade no peito. que tem ardido muito, que tem doído demais esses tempos. não, eu não to reclamando… confesso que essa é uma coisa que eu ainda vou ter que aprender a fazer — não reclamar, mas dessa vez não é reclamação. eu acho que só assim que a gente cresce, né? a gente tem que aprender a se deixar pra trás também. aquela parte da gente que já nãos nos serve mais. bem como as cobras trocam de pele, como as lagartas se transformam nas borboletas. 

só que essa porra dói. crescer dói, deixar as coisas que a gente acredita com tanto carinho pra trás dói. às vezes parece mais fácil ficar segurando a corda até a nossa mão arrebentar, pra sei lá. pra provar pra nós mesmos só mais uma vez que as coisas valem a pena. eu tenho me sentido muito cansada pra lidar com o mundo, principalmente nesse momento que eu tenho visto demais e sentido demais. é meio estressante pra mim porque eu prefiro lidar com a quietude das coisas. na medida em que eu fico mais velha essa sensação de ter que sair daqui dessa loucura só cresce em mim.

mas enfim, essa é uma coisa que eu vou ter que aprender a lidar sozinha, ou encontrar um jeito pra “me libertar”. eu preciso primeiramente parar de duvidar de mim, acreditar nos meus instintos de verdade, muito mais do que da boca pra fora. porque eu tenho uma tendencia absurda pra sair de órbita e ir pro lugar onde eu tenho o que eu quero ter: minha imaginação. eu quero uma rota de fuga, eu quero uma inspiração, eu quero um momento de criação, de abertura de peito, de me abrir pro mundo e aceitar de corpo e alma o que o mundo tem pra me oferecer, já que eu to aqui viva. sair desse automático que eu entrei e acreditar que eu posso sim melhor que isso, que eu sou muito melhor do que qualquer coisa que queira atravancar o meu caminho, que basta confiar na força de de deus e do universo onde agente vive, acreditar que esse corpo gigante se move por um motivo que com certeza não é a minha existência, mas que certamente eu só vou saber do que se trata se eu parar pra prestar atenção. 

confiar, confiar e acreditar na minha luz. na minha luz própria, que eu não me escondo de ninguém. e se eu fui covarde, e se eu não enfrentei meus problemas de frente ou seja mais lá pelo que eu me culpo tanto de tantas formas, então pelo menos que agora eu saiba que foi por pura ignorancia da minha parte. por não me ligar que eu não sou nada do que a minha mente criou

é fim de 2017.