VITAL E MORTAL TRAVESSIA

Morte que nasceu

Ou que deveras apareceu... no místico espaço do tempo

Aos que atravessam a porta da vida... e partem...

E vão...

A segurarem a antiga vela a que há tempos se apagou

Das velhas lágrimas que hoje secaram

Quais infantes e puros sentimentos que murcharam

E não mais existem

Dos gostos das horas os quais não mais lembramos

A beber agora o cálice das amarguras

Na maior parte das vezes... a total contra-gosto

E destarte seguimos... no prazo do longo exílio

E o que é mais interessante:

Com tanto medo de morrer!...

Tempo que transcende a morte

Dos vivos que aprisionados estão no tempo

Quem, de fato, é o mais forte?

Seria a morte?

Seria o tempo?

E quem sobreviverá?

Qual dentre ambos?

Ou será nenhum?

Ah, tempo... a que temos tão pouco nesta vida!

Se pudesse ser comprado qual seria, pois o teu preço?

E quem o poderia comprar a ele que não se venderia por dinheiro?

Como as prostitutas de todos os tempos... as quais somos... nós todos!

E deste modo avança cada um em su’angústia

Embora muitos param... e desesperam... e não continuam

Ao receio da morte a que em cada esquina da vida nos chama

(e que inevitavelmente.... um dia... chegará)

N’amargura se terá tempo para um dia... ser feliz

Ou, então, na pior presunção humana:

A de se achar que o dia seguinte virá

Este amanhã... a que sempre protela nossa tão desejada felicidade

E assim vamos "tocando" a vida

Como a quem dedilha uma desafinada viola... e vamos vivendo!

Vivendo apenas por viver

E perdendo o nosso precioso tempo...

Estevan Hovadick
Enviado por Estevan Hovadick em 10/03/2018
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