Pensamentos sobre Ele

Sou tomado pela voz do meu Rei, voz doce como a brisa das manhãs, forte como um estrondo de trovão. Ele faz ressoar sua palavra por todos os meus ossos, o meu espírito estremece. Que poderia eu fazer para ser-te útil, oh Rei, Tu que não dependes de ninguém? Enquanto tento discernir em meu coração entre o certo e o errado compreendo o quão distante me encontro do propósito para o qual criaste-me.

Diante de mim há um grande abismo, convidando-me a saltar, atraindo minha carne por suas paixões terrenas e temporais. O conheço muito bem, por vezes já lancei-me de corpo e alma nele e descobri algo, tal abismo chama outros abismos para si, tornando o vazio ainda maior, tal é o vazio no coração daqueles que não te conhecem, oh Rei.

Se tu não houvesses te lançado em meus abismos seria este o meu fim, mas com tuas asas alcançou-me, agarrou-me em plena queda tal como a águia faz com suas presas, não pude resistir-te, segurou-me com tua força que sustenta as estrelas, com braço forte livrou-me da morte.

No salão principal de teu castelo, estendeste-me o teu cetro. Te entreguei minha vida e agora tenho a tua em mim.