Posso dizer que amei sem saber explicar o que é o amor ?

Me desculpe se eu problematizar sua vida, talvez muita gente nem clique nisso por pensar que o título é muito viajado ou que o texto vai ser clichê – talvez seja, estamos falando de amor, afinal. Todos os dias eu escuto músicas que falam sobre amor, muitas ligam esse sentimento ao sofrimento, e uma parcela delas mostram como uma pessoa pode ser feliz tendo a pessoa que ama. Mas o que é amor ?

Não ria dessa pergunta, nem banalize qualquer resposta, o amor para mim pode ser diferente do amor para você, mas na verdade eu não sei o que é amor. Todas as definições de amor que eu vi até hoje são insuficientes para o que eu senti anteriormente na minha vida, aquilo que eu chamo de amor, mas a situação fica pior ainda, eu nem consigo explicar o que eu senti ! Posso dizer que o coração batia mais rápido, que eu suava pelas mãos e as vezes a voz ficava até trêmula, posso dizer que no fim eu sofri como nunca tinha sofrido antes, percebi que a dor abstrata pode ser muito pior do que uma carga grande de dor física.

Mas depois de uma reflexão eu cheguei a uma conclusão: eu não sei nada sobre o amor, não sei como começa, quando começa, como termina, nem se termina. A única coisa que eu posso falar sobre o amor é que ele mexe, revira, transforma, ele faz a gente crescer muitas vezes, mas também faz a gente errar em prol de uma pessoa. Ele consegue nos cegar de uma forma que é ridícula só de lembrar.

Arietseb (amigo meu e escritor do Recanto das Letras) me deu duas palavras para escrever sobre: “Amor” e “Momento”, bem, tenho que admitir que fui eu quem pedi por inspiração mas isso foi uma faca de dois gumes. Não consegui escrever nenhum verso do poema que queria postar ao decorrer da noite, toda vez que tentava escrever dava mais que um quarteto, não rimava, ou aconteciam outros problemas “técnicos” pois há tanto material nessas duas palavras que não dá pra fazer uma coisa tão curta como um poema.

Desse modo, começarei a articular “Amor” com “Momento”. O que entendi na fusão dessas duas palavras tão complexas é que amor depende do momento de duas formas, a primeira é que o momento é que vai propiciar o “início” do amor, aquele momento em que a pessoa com que você fica te falou aquilo que ficou preso na sua cabeça a noite toda, ou o momento em que você se viu sem palavras apenas ao ver o rosto da pessoa depois de um beijo (e isto, todos os leitores românticos vão saber o que é), esses momentos são os ápices afetivos para com uma pessoa, que vão marcá-la na sua cabeça e começar o processo de amar. A segunda forma que o momento pode se articular ao amor eu vejo quando acontecem as brigas (ou quando uma parte não está muito bem), por ser uma forma em que o amor põe-se em risco, eu chamo aqui de “momento negativo”, nele, uma série de fatores vão decidir se o amor continua, aumenta, reduz, ou se vai (lembrando que nunca podemos falar de sentimento colocando uma regra – isso gera aquilo).

O amor é dependente de cada parte, momentos bons tendem a “aumentar” o amor, momentos ruins tendem a “reduzir” o próprio, para alguns o amor são estímulos físicos como ficar nervoso, gaguejar, substâncias liberadas pelo cérebro que fazem um ser humano se sentir bem, para outros o amor é da ordem psicológica, sendo assim abstrato, sem nenhuma ligação com o físico senão as respostas que o corpo tem para situações onde a mente tem descargas muito grandes de sentimentos. Eu não sei explicar o que é o amor, só sei dizer que amei, algo dentro de mim me diz que aquilo é amor, mas você nunca saberá como de fato eu me senti, eu nunca saberei se aquilo foi amor até encontrar outra fonte de amor.

-> Aqui o perfil do Arietseb: https://www.recantodasletras.com.br/autor_textos.php?id=197292

Acerac e Arietseb
Enviado por Acerac em 20/03/2018
Reeditado em 05/11/2019
Código do texto: T6285868
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