Herói ou Bandido

Herói ou Bandido é a questão, e quem defende um ou outro, mistura emoção e razão. O fato é que tudo aconteceu e o povo que viveu o momento, de alegria ou tormento, tratou de contar a seu modo, ainda que na falta do papel para registro, caneta feito artigo de luxo e foto que comprove bravura, foi na memória do contador de história que se fez mover a roda.


Contou o conto e apontou no mapa, de um lado coronel, do outro povo sem nada, e quem defende o herói destemido, o Robin Hood da Caatinga ou acusa de ter sido  um líder sanguinário, apenas toma partido ao defender a herança que lhe cabe.

E para quem desconfia que a moeda não apresenta dois lados, em momento de muita opinião e noticias falsas, aos que tem sempre razão e defendem seu legado, ouça com atenção e não se comporte como alienado, pois a memória agora é recheada de registros por todo lado, está  tudo  documentado, alguns sobreviventes da caatinga resistiram, e por ser tão destemidos buscaram força na palavra, levaram filhos e netos para escassos bancos da escola, e com orgulho do passado, pisam firmemente o solo presente, escrevendo em letra cursiva seus nomes, sobrenomes e o futuro livre e coerente.

Herói ou Bandido é metáfora, briga eterna de quem apenas deseja passar desapercebido, aponta a falha alheia e sai esgueirando-se por curvas e tangentes, sem alarde, contando moedas sem face, pagando o pedágio para não deixar rastro, e quem sabe um dia  a  consciência talvez  lhe  cobre o atraso.
 
Herói ou Bandido
 
Renata Rimet
Enviado por Renata Rimet em 12/04/2018
Reeditado em 12/04/2018
Código do texto: T6306637
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