PEQUENAS, GRANDES, SÃS E LOUCAS

Já não posso parar o inevitável que se precipita, por meio deste tempo conhecido. Eu nem sempre fui certo, e nem quero abrir-me total a este fato, por isso peço que procure abrigo, porque estou imprevisível. Trago no presente momento, tempestade que destrói, mas também, verdades que constrói, naturezas conhecidas para quem sabe interpretar.

Não busco, nem anseio me apegar por total, tão imediatamente, ao desejo dos demais seres, conscientes ou não, pois os mesmos me fazem estacionar, me moldando em seguida para singulares verdades, de quem de fato crêem que eu sou, e para o mundo adaptável que sabem viver melhor... logo eu que estou feito correnteza energética, infinita, intangível e que nem sempre estive aqui.

Em jus à está informação, por que tanto julgamento? Já reparou como você é por dentro? Estou inquieto no mundo, louco, sentindo de tudo. Já não sei se devo ser visível, porque muitos olham a superfície e esquece o que realmente há no íntimo; pensante, total e fugaz. Criado. Criado. Criado.

Pré-determinações chovem. Por intuição sei quem todos intimamente são, em sequências, e isso me assusta às vezes, porque sempre movo-me ao que sinto, na maioria das minhas observações. Maldições do sentir.

Pessoas são grandes buscadoras de momentos, mas não sabem que trocam de olhos, para enxergar o que querem ver, negligenciando o que de fato há dentro. De novo. Centenas de vezes. E por muitos instantes, há discordâncias, porque nem sempre está na mesma estação, frequência.

E o momento que era para ser bom, acaba trazendo solidão, sentimento oposto ao que buscam... eu grito calado, também para surdos que sabem ouvir, que retirem os olhos de desejo momentâneo, e substitua-os, por lentes de sereno, que nessa quietude toda, atrai almas e coisas; pequenas, grandes, sãs e loucas.

C.M. Novaes - 12/03/2018