UM PENSAMENTO.

Não sei se é poesia,

ou música,

um soneto solitário,

talvez uma rima sem sentido,

desta forma, defino essa escrita como pensamento, visto que todos os gêneros antes de o serem o foi.

Coisa confusa é essa que me passa,

acredite, eu olho para um lado, torno a olhar para outro, procurando com quem me queixar e sei que acho ninguém, porque talvez já saiba a resposta ou até mesmo o que devo fazer, ou não fazer.

A realidade é que me encontro a procurar um ombro amigo que me ouça, não me julgue e ao final da minha confissão, me diga exatamente o que eu devo fazer. O tal conselho para ser perfeito deve ser aquilo que eu já sei, aquilo que não tive coragem de fazer.

Todas essas escolhas devem ser sem consequências negativas, porque sou medrosa, tanto para amar quanto para odiar,

a realidade é que gostaria de ouvir o que eu já ouço de mim, e acreditaria que fosse uma ideia coerente somente se os mesmos conselhos viessem de alguém que não fosse eu.

Coisa incomôda é quando fazemos o que não queremos por ser o certo. A nossa moral então, é claro, se estamos sendo guiados por ela, se regozija, mas e a alma?

A alma deixa escapar por entre os dedos do coração o nosso desejo,

a moral nos diz que ele, o tal desejo, é nada,

mas e a alma?

A alma sofre, se questiona, se contorse nas paredes do corpo, quer o desejo, e se for proibido, alucina, talvez porque quebrar as regras faz de nós diferentes, arrepia, diferencia, escandaliza, perpetua.

___________________________________________________

Mirela Lourdes
Enviado por Mirela Lourdes em 21/04/2018
Código do texto: T6315083
Classificação de conteúdo: seguro