Eu conheço a tristeza que todo desolado conhece. Sentir-me perdida já é um reencontro. Não consigo suspirar aliviada já faz anos. Uma alma atormentada pelo amor. Digo-te adeus todos os dias e ainda assim não é o suficiente. Escuto o som do violino que emite ondas de dor.
     Nunca tive controle dos meus sentimentos, mas alguém de vocês tem? Não posso ser a única a se sentir perdida, ou posso? No meio da noite eu me afogo na memória fixa do seu olhar, o seu olhar perto dos meus, aquele olhar entorpecido que me abraça, o que fazer com essa memória? Quando que eu posso te ter? Talvez você não seja de verdade, talvez você seja somente uma poeira, ou lodo do lodo. Estou apaixonada pelo que você é, ou pelo o que eu suponha que seja? Estou bastante magoada no momento, estou com meia luz de vida, colocando tudo a perder, estou sem esperança, eu tenho uma vida boa, mas toda essa fixação por você me faz revirar em um mundo de fadigas, saiu do eixo, o caminho não é mais o mesmo. Emociono-me quando falo de você, trás a tona meus desesperos, fico febril, sintomas de infarto, morro entre cinco e dez minutos e volto a viver, novamente.
     Eu percebo que o adeus é sombrio. E mesmo que você seja a causa disso tudo, não consigo te amar menos do que ontem. Posso te dizer adeus bem alto, embora seja um tremendo golpe baixo, me machuca. Vou te deixar NACAIN, com timbre de mentira. Eu posso olhar nos seus olhos e te dizer que vá, na mesma intensidade que eu quero que fique. Você não é um mistério mais, deixei muitos vestígios no passado, mas qualquer coisa que falem é mera coincidência, eu  não conseguir limpar ainda a bagunça que eu fiz,  mas já estou cuidando disso. Por que talvez você ainda seja a minha luz no fim do túnel, talvez... De certa forma, me deixe cair!