UM POLÍTICO COMPETENTE, POR FAVOR!

UM COMPETENTE, POR FAVOR.

Muito mais que indignação por essa convulsão político-social que ocorre em nosso Brasil, sinto uma enorme tristeza ao constatar que mais uma vez nosso país perde o bonde da História, a oportunidade de se tornar uma nação justa, decente, com um povo humanamente mais desenvolvido e bem formado. Essa obstinação em obter um desenvolvimento material com indústrias sem fim, PIB imenso, crescimento enorme, me causa estranheza e me faz perguntar: para quê? Para comprar camionetas (hoje só se fala “pick up”), vans, suv´s. etc., para escutar funk, para ler whatsapp e digitar errado, não ler nenhuma texto com mais de duas linhas, para consumir mais drogas, beber mais, possuir apartamentos com áreas comuns luxuosas que não usamos, etc. Enfim, para cada vez mais nosso povo chafurdar em um lodaçal de futilidades, de um assistencialismo paternalista, de uma ignorância brutal, esperando que o Grande Irmão Governo providencie tudo que deveríamos lutar para obter, e ficar reclamando como putas na chuva (sem querer ofender essa classe que luta a sua maneira para subsistir), de tudo, do SUS, do INSS, da Polícia, do Exército, do Sistema, da Elite. O brasileiro é, antes de tudo, um povo fragilizado por incontáveis bondes da História perdidos, que presencia uma infindável sequência de fracassos políticos, de heróis de pés de areia, de seguir propostas feitas apenas para enganá-lo. Mas é forte o suficiente para renascer com esperança redobrada a cada nova proposta de governo. Sinto-me como um pai de um campeão mundial que fica decepcionado ao ver seu filho chegar em último lugar na Olímpiada por um descuido idiota. Presenciei grandes decepções sofridas por nós brasileiros, a saber: 1954,morte de Getúlio Vargas; 1961,renúncia de Jânio Quadros; 1964 golpe militar com uma ajudinha da CIA; 1968: AI-5 e grandes arbitrariedades; 1973: Primeira crise do petróleo, Brasil não acompanha o resto do mundo e posterga uma crise anunciada, que causaria período de hiperinflação; 1975: Morte do jornalista Vladimir Herzog, após ser torturado; 1978: O líder metalúrgico Lula se projeta nacionalmente; 1985: posse de Sarney e morte de Tancredo Neves; 1992: impeachment de Collor; 2002: posse de Lula; 2010: posse de Dilma; 2016: impeachment de Dilma (golpe?) e início de um governo impopular de Michel Temer; 2018: prisão de Lula. E muitos outros episódios cujo somatório cada vez mais no distanciam de nações que buscam melhorias reais para sua população. Futuros tropeços a parte, corremos o risco de perder não só o trem, mas também as linhas férreas, as estações e cair em um obscurantismo sem fim. Ficaremos com as rebarbas de um mundo mais avançado. Hoje se fala em 5G, em imagens holográficas, realidade virtual, smart carros, trens que viajarão a 1.000km/h e nem uma destinação de lixo correta possuímos. Uma grande saída seriam investimentos maciços em educação e aos poucos conscientizar o povo que o governo não é pai de ninguém, que temos e podemos correr atrás dos nossos interesses, notadamente os grandes empresários que enxergam o governo como uma vaca leiteira que nunca ficará sem leite. Tudo isso será consequência de nossas escolhas. Como não vejo competência em nenhum dos nossos políticos para conquistar um milagroso bilhete de embarque para embarcarmos no trem da História, fico cada vez mais triste.

Paulo Miorim 08/05/2018

Paulo Miorim
Enviado por Paulo Miorim em 08/05/2018
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