relicário

velho relicário

eis o cântaro de encanto,

no recanto de meu cântico.

relicário de mais fino alabastro

mais precioso que carrara.

encaro verdadeiro astro

em trabalho de fino traço.

onde todo me embaralho.

é onde agasalho suas cartas

de antanho com olhar tristonho.

às vezes repasso passo a passo,

seu perfume, seu ciúme, seu abraço,

lembrando o tempo desvairado no espaço.

recorda-me seu sorriso malicioso, seu vestido

vermelho, tingido pela lenha lanhada lá no fogoso

fogo fumegante, defumado, muito amado e relutante.

seu cabelo repartido, esvoaçado pelo vento no evento

por mim neste momento imaginado ao olhar o firmamento

de um lado alado muito além deste tormento, lamento ver

este lado magoado de nosso convívio passado, porém,

muito além do que seja o vil vislumbrar dum casamento

eternizado neste exato momento. não ligue minha

flor, são meus velhos pensamentos a recordar

dulcíssimo amor, porém, ao que faço digo

amém ao me abraçar a este alabastro,

cântaro como canto de belo pássaro

a conter minha ilusão qual o tempo

não apaga de seu templário a relíquia

de velho e amenizante cenário qual amante

ama na ilusão de um dia refletir o flamejante

encontro em algum canto deste atormentado

coração amante, afeito pela velhaca sensação.

“sonhar é viver”.

jbcampos
Enviado por jbcampos em 12/05/2018
Código do texto: T6334799
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