O Vasco é o Time da Virada.

Quando o clube de Regatas Vasco da Gama despertou meu coração recordo que estava em uma sala de aula no primário. A disciplina dada era história do Brasil, cujo professor exaltava as ações do Clube combatendo a proibição do negro no futebol, além de abrir suas portas para diversas manifestações políticas e folclóricas da minha cidade, como o discurso de Getúlio Vargas em 1940 anunciando a criação do salário-mínimo e o desfile das escolas de samba carioca no estádio, em benefício dos soldados brasileiros que lutavam na Segunda Guerra.

Nesse passo, a família onde nasci, toda Flamenguista, afrodescendente, a maioria inculta, exaltavam o rival rubro-negro, antes ainda de 1981, mas eu buscava razão para quebrar o paradigma de torcedor sem causa, sair daquela osmose dos vínculos paternais. Não foi fácil lutar sozinho, como estranho no ninho acompanhei o Zico, sorri com Roberto Dinamite, chorei com o gol do Pet e êxtase com o Expresso da vitória.

Hoje, o destino lançou-me ao mar, não numa caravela como a do heroico português, mas para singrar mares como labuta, não obstante, casei-me com uma descente portuguesa. Assim, a razão fortaleceu minha admiração pelo clube e o time da virada fazia valer a ostentação da cruz-de-malta no meu peito.

O Vasco, portanto, não conseguem montar e nem manter um time digno de sua grandeza, a torcida deve resgatar o Vasco, se lá trás fomos capazes de erguer um estádio de futebol, porque agora não seríamos capazes de salvar o nosso clube de uma gravíssima crise, talvez a maior de sua existência. Não estamos perto de ter o mesmo destino do América e da Portuguesa, porque temos um amor infinito, somos gigantes, temos a história mais linda do futebol brasileiro, somos os pioneiros de praticamente de todas as conquistas do nosso Estado....Salvem o Vasco!