Um mês

Um mês atrás começávamos nossa trajetória. Um mês depois, mais parece que fazia um mês que não nos viamos. Por que isso aconteceu?

No dia que falei do seu perfume, tu dissestes que o meu havia impactado-lhe, todavia, no seu discurso de despedida acabara dizendo que me via apenas como mais um, se eu fui o eflúvio de seus dias, como me reduzistes a algo tão simplório?

Não consigo entender o fato, ou melhor, não consigo entender quando dizes que o motivo de estar longe se deve a me apegar à ti, contudo, jurastes sentimentos a outro logo no mesmo dia, volto a perguntar-lhe, como dizes que não deveria me apegar à ti, sendo que nem mesmo compreendes o que sente?

Lembro que enquanto conversávamos dizia-te que poucas coisas me deixariam mal, que não esperava nada de incrível, de mirabolante, disse que só desejava uma coisa: sinceridade. Mesmo não sabendo de praticamente nada, ainda sei que a sinceridade é tudo, se concordaste comigo, por qual razão não fora?

Existem várias incongruências que não entendo, provavelmente nunca as entenderei, por fim, você disse que não queria me magoar, entretanto não percebeu que a cada palavra, a cada esboço da sua fala, me magoava como a muito ninguém o fizera, a posteriori, cada ato que teve fomentou essa tristeza que ainda insiste em persistir, que mesmo sentindo o sabor de muitas bocas, ainda traz um sabor de amargura que reside durante as lembranças desse mês que gostaria de (re)viver, ao mesmo tempo que gostaria de esquecer, visto que a apatia resultante disso tudo não aparenta que irá terminar hoje, no mesmo dia que completa um mês que tivera seu perfume em mim, no mesmo dia que parece fazer um mês que você se foi.