Abismo

Ninguém entendeu seus desenhos

Ninguém ouviu seus lamentos

Ninguém enxergou seus tormentos

Nem percebeu a revolta nos xingamentos

Mamãe, mamãe, é tão escuro

Para onde não posso olhar

Mamãe, mamãe, será que hoje podemos

Sentar à mesa de jantar?

Seu íntimo tal qual feto indesejado

Que força tão implacável o julga?

Tantas milhas esse fardo tem arrastado

Quem então poderá partilhar de sua fuga?

Uma floresta sem cores

Um matadouro sem odores

Dizem que meus sonhos preciso alcançar

Até o fim do dia, o sol tem que brilhar

Isaque
Enviado por Isaque em 03/06/2018
Código do texto: T6354004
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