A cidade

É muito difícil largar uma cidade a qual você gosta, que vive há tantos anos, que conhece todos os caminhos, sabe por onde andar, sabe por onde não andar.

Nessa cidade ocorreram mudanças nas quais você participou, deu sua opinião, ajudou a construir, trocou coisas do lugar.

Nela você organizou o fluxo das pessoas, o jeito que o trânsito se comporta, como o dia começa e como termina.

E aí, você descobre outra cidade, e fica simplesmente maravilhado por ela, ruas lindas, tudo organizado, mas não se maravilha por causa disso, mas sim pelo bem estar que sente, em tudo, por onde passa e pelo que vê.

Nessa cidade, onde você é um mero forasteiro, incrivelmente se sente como se já morasse ali, ela, a cidade, te passa uma sensação de aconchego, de acolhimento que lhe traz uma sensação maravilhosa.

Como qualquer cidade em que chegou faz pouco tempo, há locais em que ainda não foi, que ainda não conhece, não sabe bem se pode ir, e se for, não saberá se comportar, mas ela, a cidade, lhe traz uma sensação de segurança que te faz acreditar que é possível.

A cidade te faz querer se mudar para ela, construir tudo o que você pode, fincar suas raízes que há algum tempo já não repousavam em terras firmes, e te proporciona tudo o que precisa para que nela você viva.

Há lugares nessa cidade que você sente coisas que nunca imaginou sentir, lugares tão bonitos, tão bem feitos e arrumados, há também lugares que não são tão bonitos, mas como em qualquer cidade, há lugares a serem melhorados, mas ela, a cidade, lhe passa uma paz tão grande que lhe dá forças para enfrentar e tornar tudo nela belo.

Agora você já não sabe mais viver em outro lugar a não ser ao lado dela, digo, nela, na cidade.