Mundo das letras

Relendo um antigo caderno de poesias, umas escritas há dez anos ou mais, outras há quase vinte, me surpreendo ao ver como eu era capaz de valorizar tanto o sofrimento e a tristeza, ao ponto de escrever poesias (na minha opinião) impublicáveis. E hoje ao reler esse caderno, eu me pergunto se fui eu mesmo que escrevi tais coisas.

Depois de tantos anos inseridos no mundo das letras, aprendemos a amenizar a dor e a tristeza, muitas vezes através de um eufemismo, ou não se deixando levar tanto assim por tais sentimentos, que estão quase sempre a nossa volta, inevitavelmente. E esse mesmo mundo também me ensinou que é possível expressar a nossa opinião (quando necessário) sem agredir nem magoar ninguém.

Durante muito tempo, eu não me aceitava nem me reconhecia um poeta, devido a simplicidade dos meus escritos e também não me arriscava na área textual, espaço que vem sendo explorado por mim há pouquíssimo tempo. Mas após conhecer e conviver com outros poetas, finalmente compreendi que cada um tem o seu estilo próprio de criação e composição, o que torna a poesia livre de regras ou padrões, e essa é a magia da arte que preenche o meu coração.

Hoje eu vejo o quanto eu amadureci poeticamente ao longo dos anos, embora ainda haja muito o que aprender, mas descobrir esse dom em mim foi sem dúvida alguma a minha maior alegria, pois sem isso e sem a música, eu não saberia o que fazer para driblar o tédio e a monotonia da vida. Não estou afirmando que a vida é totalmente chata, mas a música e a poesia certamente são o bálsamo que Deus nos enviou para amenizar as tristezas da vida e alegrar os nossos dias.

Rio de Janeiro, 24/06/18

Pedro Paulo Costa
Enviado por Pedro Paulo Costa em 24/06/2018
Reeditado em 24/06/2018
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