A Trincheira

Um sorriso aguarda-me

Irradiado pelo sol do além

Brisa agradável acaricia-me

Num impulso, o pulso se mantém

Agarro-me a essa esperança

Ante o peso da deslembrança

A dádiva do sonho que acalenta

Preso nesta máscara de contenção

Espasmos que anunciam a tormenta

No tubo que me traz a respiração

Na trincheira, pesadelo é esperar

O dardo que a carne vem dilacerar

Hórridas bestas agora vou expelir

Sórdidas ilusões me venderam

Ocultos urdiram, demônios a mentir

Almas tantas no campo arderam

Reuniões do mal adentram os porões

Destilando veneno, colônia de escorpiões

Na trincheira, silvo de fogo rasga o ar

O projétil espalha pânico e torpor

Abre suas mantas tal qual arraia a nadar

Espargir sanguíneo, alívio à última dor

Pelejas brutais a paz ainda vão fender

Tal se destina ao homem o verbo perder!

Isaque
Enviado por Isaque em 25/06/2018
Código do texto: T6373147
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