A sábia Lanterna

Eu tenho uma lanterna aqui na minha casa. Sempre que aperto um botão, como todas as lanternas comuns, ela acende. Agora de noite tava pensando, coloquei ela bem perto do olho e apertei o botão. Como de costume, ela acendeu. Encadeou minha visão, incomodou. Logo desliguei.

Depois de 10 segundos, fiz novamente. Já refletindo. Perto do olho, apertei o botão. E mais um vez, incomodou.

Na minha vida, tenho o botão de escolher se algumas pessoas devem permanecer na minha vida para incomodar ou não. Saber mais sobre elas vai me magoar mais e, insistentemente, eu insisto em apertar o botão, aliás, pergunto e me preocupo cada vez mais. Quero ver até onde eu aguento... Deve ser. Não quero que ninguém aperte esse botão por mim, eu sou dona desse botão, mas tenho medo de um dia apertar tanto esse botão, deixar tanto que as pessoas me magoam que ele simplesmente não tenha mais o meu controle.

Eu preciso do meu controle emocional. Eu preciso não pensar situações que me machucam. Meu botão é apertado diariamente por alguém que não merece. Não merece meu amor.

Quero ter coragem suficiente para nunca clicar esse botão de novo. Para nunca mais deixar alguém me machucar. Para nunca mais deixar alguém definir o que vai ser da minha vida, sabe?

Parece confuso? Pra mim também.

Decidi apagar a luz da lanterna. Vou dormir.