A ausência dos meus textos

Como é visto em minhas publicações, eu fiquei mais de 7 anos sem escrever. Eu perdi a vontade e as palavras de um dia para o outro. Eu havia perdido o motivo. 7 anos depois, a vontade surgiu aos poucos. As palavras vieram enferrujadas, e de risco em risco, saíram algumas coisas.

O texto a seguir foi a minha última carta, há mais de 7 anos. Quando eu construí uma muralha ao redor e deixei de sentir.

“Talvez tudo que eu escreva aqui seja entendido só por mim ou talvez muitas pessoas já sentiram ou estão sentindo o que eu estou sentindo.

São palavras confusas, perguntas sem respostas, frases que traz angustia, desespero.

Não sou a melhor para falar de amor, já me desiludi, como é tosco amar, a gente fica idiota, depois ficamos assim sem sonhos para o coração. Hoje não tinha muito para fazer e li o que escreveram para mim, li coisas dos outros e em várias páginas uma coisa em comum: Promessas. Promessas não cumpridas, promessas que não existem mais e ouso dizer que algumas promessas esquecidas por ambas às partes. Como é triste tudo isso.

Acho que todo o mundo tem uma muralha ao redor do coração e um dia todas essas muralhas serão derrubadas, todo mundo ficará cego, irá se dar por completo, dizer coisa que nunca disse, enfim amar. E amar traz sofrimento, não existe amor sem lágrimas. Dai vem a desilusão e a construção de um novo muro. Alguns se fecham para o mundo, outros se abrem demais e curti todo o mundo, mas sem trincar sua muralha, e tem outros que pouco se importam, se entregam de novo, talvez deem sorte, mas ainda acho que vão ter sofrimento, cedo ou tarde.

Já acreditei em contos de fadas, príncipes encantados, alma gêmea, mas talvez sejam coisas para alegrar corações e sonhos, mas na realidade nada disso existe.

Quantas coisas já ouvi? Quantas pessoas já conheci? Quantas vezes achei que era amor o que eu sentia e do nada tudo passou? Quantas vezes eu já ouvi eu te amo de quem eu não conhecia direito? E quantas vezes eu já ouvi eu te amo de quem eu amava? E o que aconteceu? Tantas pessoas passam em nossa vida e porque não achamos a certa? Ou talvez a certa esteja do lado e não percebemos? Quem sabe...

Como dói o coração quando nos deparamos com uma decepção, o peito aperta, o ar falta, sufoca, temos raiva na hora seguida de chateação, ficamos sem palavras, com os olhos fixos para o nada e ainda aquele aperto no peito. Choramos, talvez lágrimas não caiam dos olhos, mas caem do coração. Quem nunca passou por isso? Eu... Eu já perdi a conta.

O amor tem o lado bom, recebem carinhos sinceros, ouvimos coisas que nos alegram, sorrimos sem motivos, dançamos no meio da multidão, cantamos mesmo sem saber a letra, cuidamos de alguém, sabemos que tem alguém que zela por nós. Tudo isso é tão bom, esquecemos-nos do mundo, perdemos a noção do tempo, o coração aperta, aperta de amor e a saudade é gostosa de sentir.

O amor tem dois lados, o feliz e o triste. E por que eu me fecho sem querer prová-lo de novo? As promessas não existem, ninguém consegue ser feliz o tempo todo, recomeçar é difícil, precisa de força para enfrentar obstáculos, precisa de compreensão com o próximo, deixar o egoísmo de lado, saber dividir, entender. Talvez o problema seja eu. Não estou pronta. Na verdade eu não sei mais. Tudo está despedaçado e não encontro coragem de pegar um pedaço e começar a montar de novo. Talvez eu queira ficar na minha, sem me preocupar com os rodos dos outros, sem me entristecer com os problemas que os outros têm, sem me chatear com atitudes, sem me iludir com palavras e promessas e me entregar a um amor que no fim irá me fazer chorar.

Alguém pode dizer que isto tudo é bobagem, que precisamos tentar, mas até quando durará a paixão deste alguém? Ora dias, meses, ora anos, ele vai ter uma decepção, nem que seja pequena e concordará com algumas coisas do que já foi escrito aqui. Pode ser palavras de uma menina que descobriu que os contos não existem, ou palavras de uma mulher com o coração ferido. Mas não deixa de ser um ser humano cheio de sentimentos. Que chorou ao tentar ligar para alguém e não ter resposta, que já chorou por ouvir uma reclamação de algo feito com amor. Que já chorou ao ouvir o que não queria ouvir, que já chorou por esperar alguém que demorou a aparecer ou ligar. Que já chorou querendo alguém, que já chorou porque alguém não se importava com minha preocupação, que já chorou de esperança de que a pessoas viria e não veio. Que já chorou porque alguém num determinado momento não pensou como eu. Que já chorou de saudade, que chorou porque contou que tinha saudade e não viu esforço do outro alguém. Que já chorou de amor, por amor. Que chorou por causa da atitude do outro.

Depois de tudo isso, pensamos em que? Em desistir, mas cadê nossa força e sabe o que fazemos? Choramos. Mas esse choro acaba, talvez, lembraremos da pessoa a vida inteira, mas paramos de chorar, as lagrimas vão, só ficam as lembranças. Confesso que escrevi essa frase com uma dor no peito e os olhos cheios d’água. Nunca ouvi um caso de alguém que tenha morrido de amor, alem dos suicidas. Paro pra pensar: Depois de todas essas palavras escritas, cheias de desilusões, não se passa em eu morrer, então o que será que um suicida pensou? O que ele sentiu? Como era o amor? Essa resposta é difícil.

Ainda choramos, ainda sentimos saudades, sentimos falta de um abraço, de um beijo, talvez porque nos torturamos no passado, vendo fotos, cartas, trazendo lembranças. Quando estamos longe de tudo isso, de nada lembramos, os corações não doem. Perdemos-nos em outros lugares, que roubam nossos pensamentos, que desejamos ter, mas não queremos voltar para um inicio.”

Cincin
Enviado por Cincin em 08/07/2018
Reeditado em 08/07/2018
Código do texto: T6384387
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