A ODISSEIA DE JESUS CRISTO

Como se sabe, a Bíblia é quase que inteiramente elaborada sobre simbolismos, parábolas ou metáforas, e o próprio Jesus Cristo afirmou que somente se expressava por meio de parábolas (João 16;25 e Mateus 13;10 a 17), o que indica que devemos estudá-la de forma metódica, procurando identificar o inter-relacionamento entre os seus diversos livros

Contudo, apesar dessa clara definição, quanto ao seu esoterismo, muitos estudiosos das Escrituras mergulham na sua literalidade e também nas suas histórias, fábulas e genealogias, sem levar em conta as advertências dos Apóstolos Paulo e Pedro, (I Timóteo 1;4 / II Timóteo 4;4 / Tito 1;14 e 3;9 / II Pedro 1;16), e ainda ignorando as considerações de Paulo sobre o leite para as crianças espirituais, que permanecem limitadas aos princípios elementares da doutrina, conforme (Gálatas 4;9 a 11). Toda essa energia inutilmente desperdiçada, deveria ser empregada nas tentativas de romper o “véu de Moisés” (II Coríntios 3;13 a 16) penetrando no sentido oculto pelas parábolas, fábulas, genealogias e histórias infantis. Assim, livres dos princípios elementares da doutrina, vejamos como realmente nasceu Jesus Cristo, e como Ele nasce todos os dias, em toda Terra, observando I Coríntios 2;9 a 16.

O homem, antes de nascer de novo, está morto espiritualmente por isso ele não consegue acessar pelo seu espírito o conhecimento de Deus. Porém, quando se cumpre a Promessa “... na mente lhes imprimirei as minhas leis, também no coração lhas inscreverei...” (vide Jeremias 31;33 e Hebreus 8;10) ocorre ao mesmo tempo o nascimento de Cristo e também o novo nascimento do Homem (Efésios 2;4 a 22) que estava morto espiritualmente, e que a partir daí, passa a viver em sintonia com o Espírito de Deus. O cumprimento da Promessa, portanto, é a concretização da Nova Aliança, quando Cristo ressuscita dentre os mortos, que somos nós, nos quais Ele também estava morto. (João 14;20 – Naquele dia sabereis que estou em meu Pai, e que vós estais em Mim, e Eu em vós) Essa Promessa da vinda de Cristo para a formalização da Nova Aliança, foi anunciada pelo Espírito, segundo o Apóstolo Paulo, quatrocentos e trinta anos antes da vinda da Lei (Gálatas 3;14 a 19), que depois foi acrescentada, para coibir as transgressões até que viesse o Descendente, e a Promessa se cumprisse na Unção Espiritual.

A vinda do Descendente (Cristo), concretizada na Unção Espiritual que se instala na mente e no coração do homem, é o apogeu da sua evolução espiritual, que o capacita para absorver o conhecimento Divino e adquirir a fé em Deus (Gálatas 3;22 a 27 e Efésios 2;8,9) determinando o momento do Novo Nascimento do homem, que é o “corredor” para a travessia do “Mar Vermelho”, rumo à “Terra Prometida”, escapando do “deserto”, que é o mundo racional e materialista.

Com respeito à crucificação de Cristo, o seu esclarecimento causará um impacto ainda maior sobre os “cristãos históricos”, pois para eles, Cristo é aquele homem de carne e osso, produzido como metáfora por uma das fábulas bíblicas. Esse impacto será devastador quando perceberem como foi realmente a “crucificação” de Jesus Cristo.

Além dos obstáculos das parábolas ou metáforas, e do “véu de Moisés”, mesmo quando o sentido literal de algumas partes da Bíblia pode e deve ser admitido, isso nem sempre ocorre por parte dos “cristãos históricos” e dos inveterados racionalistas. Por exemplo, vejamos quem É de fato, o Cristo verdadeiro, pelas suas próprias palavras. João 8;12 – Eu sou a Luz do mundo. João 12;46 – Eu vim como uma Luz para o mundo. Apocalipse 22;16 – Eu sou a raiz e a geração de Davi, a Resplandecente Estrela da Manhã.

Não obstante, a compreensão mais ampla do contexto, poderá não só neutralizar a impactante devastação, como facultar o melhor entendimento dos vários aspectos de que se revestem as circunstâncias que provocaram a ocorrência dos eventos. Assim, é preciso compreender que no reino angelical, que Jacob Boehme chama de Segundo Princípio, não existe a morte, pois todos os Anjos são imortais. O próprio Filho de Deus, evidentemente nunca pode morrer. Ele está morto no homem não espiritualizado, no qual Ele ressuscita quando esse homem nasce de novo espiritualmente. (Efésios 2;5 a 9) A extraordinária sequência dos eventos que culminaram na extrageração do Terceiro Princípio, tem a sua origem discretamente registrada no penúltimo Profeta da ordem bíblica, com o seu texto composto de um único capítulo com vinte e cinco versículos: Judas 1;6 – Os anjos que não mantiveram seus domínios, mas deixaram sua própria habitação, ele os tem confinado nas trevas em algemas eternas, para o juízo do grande dia. Esse é, simplesmente, o gerador do motivo que provocou o único acidente cósmico, produzido pela insubordinação do Príncipe Lúcifer, que resultou no grande sacrifício de Cristo, (não a morte), para que fosse possível a execução do plano de recuperação e purificação dos estragos provocados pelo Príncipe rebelde. Esse sacrifício teve que ser determinado pelo próprio Pai, que pela sua misericórdia, felizmente, decidiu por essa recuperação, pois nós estamos também incluídos nesse projeto, que compreende o Terceiro Princípio inteiro. (Romanos 8;32 – Aquele que não poupou o seu próprio Filho, antes por todos nós o entregou, porventura não nos dará graciosamente com ele todas as coisas? Isaías 53;5,10 – Mas ele foi ferido pelas nossas transgressões, e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados. Todavia, ao Senhor agradou moê-lo fazendo-o enfermar; quando der ele a sua alma como oferta pelo pecado, verá a sua posteridade e prolongará os seus dias; e a vontade do Senhor prosperará nas suas mãos.

Essa foi a verdadeira “crucificação” de Cristo, para que se deslocasse do seu trono, e ocupasse o lugar de Lúcifer, onde permanecerá executando a purificação e a recuperação que alcançará 33,3% do Terceiro Princípio inteiro, a terça parte que retornará ao Segundo Princípio, e resplandecerá no reino de Luz (Mateus 13;43 / Efésios 5;8,9 / Sabedoria 3;7 / Daniel 12;3,4 / Zacarias 13;8,9). Com relação aos 66,6%, (Apocalipse 13;18) duas terças partes, serão confinadas nas trevas, em algemas eternas (Judas 1;6), diluídas como gotas d’água no oceano, porquanto “na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”, como percebeu Lavoisier.

O Universo é eterno, e em todo o seu conteúdo está essa imortalidade. Apenas no Terceiro Princípio, onde se encontra a Via Láctea e todas as demais galáxias, essa eternidade é modificada, em virtude do referido acidente cósmico, que foi provocado por Lúcifer. Esse acidente fez com que fosse produzida uma extrageração, onde foi instituído um sistema de vida específico, com início, desenvolvimento e conclusão, onde uma terça parte de tudo aquilo que foi contaminado será recuperada e reintegrada ao Segundo Princípio, mediante a sua transformação em corpos de Luz e duas terças partes também serão transformadas, porém em energia incorpórea, e integradas nas Trevas da Energia Centrípeta, neste caso, assinalando a segunda morte, conforme Apocalipse 20;14, ou a definitiva morte espiritual.

Para ampliar a confusão no intelecto dos apologistas da racionalidade, e o assombro das crianças espirituais, ambos precisam ficar cientes, que a Geração Cósmica do Terceiro Princípio é como um rolo de filme, onde todos os eventos já estão intrinsecamente alocados, como partículas, essências, informações ou sementes, que produzirão todos os eventos que para nós fazem parte do passado, do presente e do futuro, pois esses eventos são integrantes substanciais do mega “ovo cósmico” que eclodiu (big bang) e gerou o Terceiro Princípio inteiro nas entranhas do imutável Universo. Como se vê, o ovo veio antes da galinha e de tudo o que existe.

Para desvanecer a confusão e o assombro dos racionalistas e dos cristãos históricos, todos atônitos diante do filme cósmico de longa metragem, basta que observem o explícito e irrefutável sentido literal de Eclesiastes 1;9 a 11 e 3;15 – O que foi é o que há de ser; e o que se fez, isso se tornará a fazer; nada há pois, novo debaixo do sol. O que é já foi, e o que há de ser, também já foi. Deus fará renovar-se o que se passou.

Deus não joga dados, disse Albert Einstein. Aliás, em nenhuma hipótese, pois o imprevisto não existe.

Concluída a atual Geração Cósmica, haverá a separação do joio e do trigo, aquele diluído nas Trevas da Energia Centrípeta, e este reintegrado ao Reino de Luz da Energia Centrífuga. Então, o próprio Filho se sujeitará àquele que todas as coisas lhe sujeitou, para que Deus seja tudo em todos (I Coríntios 15;28), retornando ao seu Trono natural, para em conjunto com o Pai constituir o Príncipe Angélico que ocupará o assento do extinto Lúcifer, cujo Príncipe, dentro em breve, também provocará um acidente cósmico, dando início à reprise de mais uma edição do filme “Geração Cósmica do Terceiro Princípio”, o velho e imutável longa metragem que rodará, outra vez, por mais n’lhões de anos.

Na atual edição do filme, que ora se aproxima do fim da exibição, nós estamos entre os últimos atores e atrizes coadjuvantes, e por isso, somos também os primeiros a ficar sabendo, como agora, ao final da leitura, já sabemos. (Lucas 13;30)

Com efeito, em todas as circunstâncias, mesmo no limiar do apagar das luzes, o Semeador ainda que consciente das dificuldades naturais, sempre presentes, (I Coríntios 2;14,15) e (Lucas 8;4 a 15) deve cumprir a sua missão, tendo em vista (Ezequiel 2;1 a 10 e 3;1 a 27). Porém, onde cairão as sementes, brotarão e darão frutos, não depende de quem semeia, mas sim da qualidade da terra onde caírem as sementes. (Mateus 13;23) Ao Semeador compete semear, agradecer pela honra de fazê-lo, e orar por uma boa colheita. A sua missão foi cumprida.

Para reflexões:

“Não existe nenhum caminho lógico para a descoberta das leis do Universo – o único caminho é a intuição. A religião do futuro será cósmica e transcenderá um Deus pessoal, evitando os dogmas e a teologia”. Albert Einstein

“Descobri que há uma harmonia maravilhosa nas verdades complementares da fé e da ciência. O Deus da Bíblia é também o Deus do genoma. Deus pode ser encontrado na Catedral e no Laboratório. Investigando a criação incrível e majestosa de Deus, a ciência pode na verdade ser uma forma de louvor”. Francis Collins

“O centro de todo o homem é o seu Eu espiritual, a sua Alma, o seu Deus interno. Mas esse Deus interno no homem se acha, de início, em estado embrionário, meramente potencial. Para desenvolver esse embrião divino, deve o homem atualizar o que é apenas potencial – e isto requer esforço, luta, sofrimento”. Huberto Rohden

“O conhecimento de Deus não procede da superfície das circunstâncias externas, mas é obtido nas profundezas substanciais do interior do Ser Humano, despertado graciosamente pelas experiências espirituais”. Edgar Alexandroni

Da Bíblia:

Então examinei todas as obras que havia feito e o trabalho que elas tinham custado para mim. E conclui que tudo é fugaz e uma corrida atrás do vento, e que não há nada de permanente debaixo do sol. Depois examinei a sabedoria, a tolice e a insensatez, pensando: “O que fará o rei que virá depois de mim?” Fará o que já foi feito. Então percebi que a vantagem da sabedoria sobre a insensatez é a vantagem da Luz sobre as Trevas. O sábio tem os olhos abertos, e o insensato caminha na escuridão. (Eclesiastes 2;11 a 14)

Edgar Alexandroni
Enviado por Edgar Alexandroni em 23/07/2018
Código do texto: T6398033
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