Ser feliz ou “ser alguém”?

Ser feliz ou “ser alguém”?

Apesar da fase adulta, até os dias atuais, eu ouço: "estude para ser alguém importante e ser rico", "estude para passar em um concurso com alto salário, para ter uma estabilidade financeira e não se preocupar mais" e "você tem potencial, mas não se esforça e está desperdiçando isso".

Mas, porque eu nunca ouvi ninguém perguntar: Você quer ser rico? Você quer ter um alto salário? O que você quer para sua vida? Que vida você quer ter? Que impacto você quer causar?

E a mais importante de todas: Ao fim de sua vida e olhar para trás, que tipo de pessoa você quer ter sido? Pois, essa é a verdadeira questão.

Se a maioria das pessoas ouve alguém falar que deseja viver a vida “sem lenço, nem documento”, andando pelo mundo, ajudando pessoas, conhecendo culturas, vivendo ao seu modo particular, sem raízes, sem mordomias, sem orgulho, sem apegos, vivendo da forma mais pura e simples, sabendo que cada experiência é válida e importante.

Como essa pessoa descrita acima, seria vista pela “sociedade”?

Facilmente, rotulada como alguém que não tem objetivos na vida, que é preguiçosa, não quer estudar, não quer trabalhar, que é maluca, sem noção, e talvez o pior dos rótulos, que é uma hipócrita e falsa moralista, pois vivemos em uma era capitalista em que devemos TER para SER, e não o contrário.

Contudo, a própria rotulação acaba por se desmentir, pois porque seria moralismo, não querer ter facilidades e luxo? Impor isso à toda uma conjuntura social, poderia ser visto como utópico ou até moralismo, mas buscar essa forma de viver seria heroico, seria nadar contra à forte correnteza que nos empurra a ambição de sermos maior e melhores que as outras pessoas.

Essa sociedade que rotula as pessoas em escala industrial, não consegue compreender aqueles que saem da curva e não se conformam com o modelo de vida que lhes é apresentado. A busca deve ser incessante pela evolução mental e não essa competição mesquinha de que devo ultrapassar aquele que está ao meu lado.

A ideia geral é viver aceitando o que lhe é ofertado, absorvendo as experiências da forma mais pura que existe que é se entregando ao momento, vivenciando as alegrias e as tristezas, as satisfações e as frustrações, os amores e as dores. Entendendo que nossa maior herança e legado estará nas boas ações e belas lembranças guardadas na mente de cada pessoa que encontramos nessa jornada árdua chamada viver.

Carlos Alberto Pessoa
Enviado por Carlos Alberto Pessoa em 28/07/2018
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